October 29, 2025

Porque é que o café de especialidade é mais caro que o café comum?

Das montanhas da Colômbia até um cappuccino nas nossas mãos, o café de especialidade viaja pelo mundo, mantendo o seu sabor e qualidade. Neste artigo, iremos explorar a jornada do café, as pessoas envolvidas e os vários níveis de controlo de qualidade no seu ciclo de vida.

Why is specialty coffee more expensive than regular coffee?
Se já é fã de cafés de especialidade ou está a tentar explicar as suas vantagens a um amigo, a pergunta que sempre se coloca é: "Porque é que o café de especialidade é mais caro do que o café normal?"

Das montanhas da Colômbia até um cappuccino nas nossas mãos, o café de especialidade viaja pelo mundo, mantendo o seu sabor e qualidade. Neste artigo, iremos explorar a jornada do café, as pessoas envolvidas e os vários níveis de controlo de qualidade no seu ciclo de vida.

De onde vem o café?

Originária das montanhas da Etiópia, a planta do café arábica, cientificamente conhecida como A Coffea arabica é atualmente cultivada em diversos países localizados entre os Trópicos de Câncer e Capricórnio, uma área vulgarmente designada por Trópicos.

Do Brasil e Colômbia ao Vietname, China e Quénia, o café arábica provém da semente de um fruto cultivado a grandes altitudes. Este ambiente de cultivo específico resulta naturalmente num menor teor de cafeína, sabores mais frutados e maior acidez.

Produzido no Sul Global, o café é consumido principalmente no Norte Global, com a notável exceção da Austrália. Os países escandinavos são os maiores consumidores mundiais (per capita), seguidos pelos Estados Unidos.

O café tornou-se parte essencial da nossa rotina diária. Seja para despertar de manhã ou como pausa a meio do dia, poucas pessoas dispensam uma chávena. A sua presença rotineira faz-nos muitas vezes esquecer que estamos a consumir frutas tropicais e toda a sua viagem.

O que é o café de especialidade?

Café de especialidade é um termo normalmente utilizado para descrever os cafés de maior qualidade do mercado. Preferimos alargar esta definição, entendendo-a como um padrão de qualidade profundamente dependente do trabalho meticuloso de inúmeros profissionais. Como o Associação de Cafés Especiais (SCA) define isto:

O café de especialidade só pode existir graças à dedicação de pessoas que fizeram dele o trabalho das suas vidas: dar prioridade à qualidade acima de tudo. Esta dedicação não depende de uma única pessoa no ciclo de vida do grão de café; a especialidade só se concretiza quando todos os envolvidos na cadeia de valor do café trabalham em harmonia e mantêm um foco preciso nos padrões e na excelência do início ao fim. Esta não é uma tarefa fácil, e ainda assim, graças a estes profissionais dedicados, existem inúmeros cafés de especialidade disponíveis hoje em dia, em todo o mundo, e provavelmente bem perto de si.

Com esta definição em mente, vamos analisar mais de perto as diferentes etapas e os profissionais envolvidos na viagem do café, da quinta à chávena.

Nas explorações:

Um dos primeiros fatores que distinguem o café arábica de especialidade reside nas características do seu ambiente de produção. Desde pequenos lotes a grandes altitudes até minúsculas áreas agrícolas, a produção de café de especialidade depende intrinsecamente do trabalho humano qualificado.

  • Altitude: Geralmente, o café arábica é cultivado a altitudes mais elevadas, onde o clima temperado beneficia o seu crescimento e oferece maior proteção contra as pragas. As altitudes mais elevadas também atrasam o desenvolvimento da planta, permitindo-lhe acumular mais óleos e açúcares, o que contribui para sabores mais frutados e maior acidez.
  • Colheita manual e seletiva: Devido ao terreno íngreme e acidentado das explorações agrícolas de altitude, o café de especialidade é geralmente produzido em pequenos lotes, acessíveis apenas manualmente. Cada cereja é colhida no ponto ideal de maturação, garantindo uniformidade na colheita e no processamento. Isto exige múltiplas colheitas para que todas as cerejas amadureçam, exigindo trabalhadores qualificados e experientes.

O intermediário:

Para que o café chegue às torrefações, há normalmente um intermediário envolvido — frequentemente um comerciante ou comprador de café verde. O comerciante desempenha um papel fundamental na avaliação e manutenção da qualidade do café ao longo de todo o seu ciclo de vida. Treinados para identificar as qualidades, os potenciais defeitos e as características únicas de cada café, os comerciantes garantem que o café produzido pelos agricultores mantém a sua qualidade até chegar às torrefações.

Os compradores de café verde são também essenciais para o acesso a regiões remotas de cultivo de café, agilizando os processos burocráticos e logísticos de exportação e importação. Além disso, mantêm relações diretas com os produtores, garantindo práticas sustentáveis ​​e justas.

Da torrefação à chávena:

Após degustação e negociação entre comerciantes e torrefações, o café é selecionado e entregue às torrefações. Os grãos verdes passam depois por torrefação, degustação, ajustes na receita e embalagem antes de serem enviados para os cafés, onde os baristas experientes extraem o melhor de cada café.

  • Torrefadores: A torrefação de café é uma arte que exige um profundo conhecimento teórico sobre as máquinas, as características únicas de cada grão e como realçar os seus sabores. Para além deste conhecimento, inúmeras horas de prática são essenciais para aperfeiçoar as receitas. Os torrefadores também desempenham um papel fundamental na degustação do café, identificando as áreas que precisam de ser melhoradas e fazendo ajustes para garantir os mais elevados padrões de qualidade.
  • Baristas: Os baristas são os profissionais que encerram o ciclo de vida do café. Estão treinados para extrair o melhor de cada café, realçando os seus aromas e características essenciais, adaptando as receitas aos diferentes métodos de preparação. Além disso, os baristas orientam os clientes na escolha de um café que corresponda às suas preferências. Nesta posição única, os baristas representam o esforço coletivo e a dedicação de todos os profissionais envolvidos, permitindo-nos apreciar plenamente a profundidade e a complexidade do café na nossa chávena.

Conclusão

Das viagens intercontinentais às múltiplas etapas do controlo de qualidade, o ciclo de vida do café depende de inúmeras mãos habilidosas e dedicadas. Produzido em terrenos acidentados e em pequenos lotes, o café de especialidade passa por um rigoroso controlo de qualidade em cada etapa — dos agricultores aos baristas, passando pelos comerciantes e torrefadores.

Embora estes processos e fatores de produção encareçam o café de especialidade, também oferecem inúmeros benefícios tanto para os consumidores como para os profissionais do café. Vamos recapitular alguns bons motivos para escolher um café de especialidade:

Produto de elevada qualidade: Optar por um café de especialidade garante o consumo de um produto premium que passou por múltiplas etapas de degustação e calibração, proporcionando um sabor superior e uma experiência sensorial melhorada.

Opção mais sustentável: Devido às características do terreno onde é cultivado, o café de especialidade evita geralmente as práticas de produção em massa. Isto permite que a terra descanse, preservando a sustentabilidade do solo e promovendo um cultivo amigo do ambiente.

Remuneração justa e estável: Para cumprir os elevados padrões de qualidade exigidos em várias fases do ciclo de vida do café, o café de especialidade depende de uma seleção criteriosa, de conhecimentos especializados e de trabalho manual, em vez de processos industrializados. Estes fatores ajudam a valorizar de forma justa o trabalho dos produtores e dos apanhadores de café, garantindo melhores salários e contratos mais estáveis.

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